sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Fátima: roteiro espiritual prepara centenário

Bispo de Leiria-Fátima apresentou itinerário espiritual entre 2011 e 2017


O bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, apresentou esta Quarta-feira o itinerário de preparação espiritual até ao centenário das aparições marianas na Cova de Iria, ocorridas entre Maio de Outubro de 1917.

Na jornada nacional realizada no Santuário de Fátima, o prelado salientou que a efeméride é mais do que “uma evocação histórica”, constituindo sobretudo uma ocasião para tomar consciência de que o apelo das aparições “não ressoou em vão” e “de que a sua mensagem continua a exercer uma influência benéfica para hoje e para o futuro” da Igreja e da humanidade.

“Como escreveu João Paulo II, de entre os sinais dos tempos do século XX ‘sobressai Fátima, que nos ajuda a ver a mão de Deus’”, recordou o vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.

Para D. António Marto, de 63 anos, a comemoração não se pode reduzir a um conjunto de eventos e celebrações no Ano Jubilar de 2017, pelo que, “como os grandes acontecimentos, também este requer uma preparação condigna”.

O Santuário de Fátima pediu a uma comissão teológica, formada pelo seu reitor, padre Virgílio Antunes, pelos sacerdotes Vítor Coutinho, Carlos Cabecinhas, Emanuel Silva, Jacinto Farias e Luciano Cristino, e ainda por Ângela Coelho, João Duque e José Carlos Carvalho, para elaborar um programa com a duração de sete anos, inspirado na simbólica bíblica desse algarismo que indica totalidade e plenitude.

O septenário entre 2011 e 2017 será também realçado por “um ícone muito significativo do Antigo Testamento”, o “famoso candelabro sagrado, com sete braços e sete lâmpadas a arder”, colocado no templo de Jerusalém.

A primeira “luz”, a “chama central na qual as outras se acendem”, realça a “beleza do Rosto de Deus”, que suscitou “o encanto, o gosto e o gozo da presença” divina nas três crianças que testemunharam as aparições, Jacinta, Francisco e Lúcia.

A segunda vela do “candelabro espiritual”, dedicada a “Deus Salvador”, sublinha a “entrega na fé” dos fiéis, enquanto que a terceira lembra a fidelidade expressa nas promessas divinas e na esperança que delas advém.

O quarto braço da ‘menorah’, designação hebraica do lampadário, pretende “resplandecer o Deus compassivo que se inclina sobre os sofrimentos da humanidade, o poder da sua misericórdia maior que o nosso coração e mais forte que o poder do pecado e do mal”.

“O esplendor da santidade de Deus”, continuamente oferecido aos crentes “como experiência de comunhão” espiritual e manifestada na “solidariedade” entre todos os membros da Igreja constitui o destaque da quinta vela.

A sexta luz lança um convite à abertura a Deus, através da “celebração dos dons e bênçãos” divinas, “na verdadeira alegria cristã, na consciência do valor eterno da nossa vida e do nosso peregrinar”.

A última vela do candelabro propõe “um olhar contemplativo e inspirador à beleza” de Maria, escolhida “para desempenhar uma missão única na história da salvação”.
Fonte: Agência Ecclesia

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