quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Último adeus a D. Júlio Tavares Rebimbas

D. Manuel Clemente, bispo do Porto, presidiu esta Terça-feira às exéquias de D. Júlio Tavares Rebimbas, arcebispo-bispo emérito do Porto, de quem falou como um “amigo para sempre”.



“Foi constante amigo do seu clero e deixou pelas Dioceses que serviu um rasto de gratidão e simpatia, inteiramente merecidas”, referiu o actual bispo do Porto.

A celebração, que contou com a presença de vários bispos portugueses, decorreu na Catedral do Porto.

D. Manuel Clemente destacou, em particular, o momento em que o falecido bispo “assumiu a sucessão de D. António Ferreira Gomes, exigente para qualquer prelado, dada a excepcional craveira episcopal, cultural e cívica de quem tinha de substituir”.

“Até sempre, Senhor D. Júlio! Alegria e paz também para si, que tanto as comunicou a todos”, concluiu o bispo do Porto.

No final da celebração o cortejo fúnebre rumou ao Bunheiro, Murtosa (Aveiro), terra natal do prelado, onde foi sepultado em jazigo de família.

D. Júlio Tavares Rebimbas, que Bento XVI lembrou como um “fiel e zeloso servidor da Igreja”, faleceu a 6 de Dezembro, com 88 anos de idade.

Ao longo da sua vida foi sucessivamente bispo do Algarve (1965), bispo auxiliar do Patriarca de Lisboa (com o título de arcebispo de Mitilene), primeiro bispo de Viana do Castelo e bispo do Porto (1982-1997).

Em mensagem divulgada no site da presidência da República, Aníbal Cavaco Silva fala numa “figura marcante da Igreja Católica portuguesa”, um “prelado que se destacou pela sua grande sabedoria e por notáveis qualidades de pastor”.

O bispo de Viana do Castelo, D. Anacleto Oliveira, evocou, por seu lado, a acção de D. Júlio Tavares Rebimbas, primeiro prelado da diocese.

“A presença e a acção de D. Júlio entre nós, ainda que tivessem durado pouco mais de quatro anos, foram determinantes para a vida da Diocese que hoje somos”, refere, em comunicado.

D. Manuel Quintas, bispo do Algarve, enviou uma mensagem aos padres da Igreja algarvia em que recomendava D. Júlio Tavares Rebimbas à oração de toda a diocese, com referência particular nas Eucaristias dos próximos dias 8 (solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria) e 12 de Dezembro.

D. Júlio Tavares Rebimbas era um dos bispos portugueses que participaram no Concílio Ecuménico Vaticano II (1962-1965). Aos 43 anos, em 27 de Setembro de 1965, foi eleito por Paulo VI como bispo do Algarve e, ainda antes da ordenação, tomou parte na última sessão do Concílio.

“A vida é para cada um de nós um segredo, é um mistério. O Concílio foi para mim uma riqueza de dons gratuitos e também é um mistério”, escreveu D. Júlio Tavares Rebimbas.

“Agora vivemos na fé e na esperança, depois viveremos na caridade, na luz de Deus, olhos nos olhos e tudo será revelado” era a certeza que o falecido bispo manifestava num texto intitulado «Memória do Concílio».
Fonte: Agência Ecclesia

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