sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Paquistão: Igreja pede orações por cristã condenada à morte



O bispo auxiliar de Lahore (Paquistão), D. Sebastian Shaw, exortou a todos que acreditam na defesa da vida a "rezar por Asia Bibi", para que seja libertada.

Esta cristã, mãe de cinco filhos, está na prisão e foi condenada à morte por alegadamente ter violado a lei de blasfémia.

Em entrevista concedida à organização católica internacional Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o prelado assinalou que "alguns advogados do Supremo Tribunal disseram que já estudaram o caso e consideram que as acusações contra ela não foram provadas".

Para o bispo "a maneira correcta de proceder para os advogados cristãos e os activistas de direitos humanos é trabalhar juntos num apelo. Com estes meios teremos êxito".

Entretanto, o cardeal Jean-Louis Tauran regressou ao Vaticano após uma viagem de quatro dias ao Paquistão. O presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso encontrou-se em Islamabad com o presidente paquistanês, Ali Zardari, com outras autoridades políticas e com a comunidade católica local.

Falando à Rádio Vaticano, o cardeal Tauran disse que a viagem foi muito emocionante e que o objectivo da mesma era manifestar “solidariedade espiritual” aos cristãos paquistaneses.

Ali Zardari, formou uma comissão presidida pelo ministro para as minorias – um cristão -, que tem como objectivo rever a lei sobre a blasfémia.

O relatório 2010 sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, da AIS, sublinha que a lei sobre a blasfémia é “o pior instrumento de repressão religiosa existente no Paquistão”.

“A legislação foi introduzida em 1986 pelo ditador paquistanês Zia-ul-Haq para defender o Islão e o seu Profeta Maomé de ofensas e insultos, e tornou-se agora um instrumento de discriminação e de violência”, assinala o documento.

Esta disposição está definida na Secção 295, Parágrafos B e C, do Código Penal paquistanês, e castiga com prisão perpétua todos aqueles que ofenderem o Corão. Também prevê a pena de morte para aqueles que insultarem o Profeta Maomé.

Departamento de Informação da Fundação AIS
Fonte: Agência Ecclesia

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